“PRETO VAI PARA ANGOLA" É MAIS UM CASO DE RACISMO NO DESPORTO DE FORMAÇÃO

RACISMO
04-02-2022 | 18:19 | | |

“PRETO VAI PARA ANGOLA" É MAIS UM CASO DE RACISMO NO DESPORTO DE FORMAÇÃO

Escrito por Johnny Lino

 “Foi como se o chão me caísse. Fiquei quieto e só me deu para rir”. É assim que Emanuel Dabo, guarda-redes dos juniores do Miramar Império, descreve o ato racista de que foi alvo no passado domingo. O jovem, de 19 anos, ouviu um adepto, e pai de um jogador do Arcozelo, adversário desse dia, dizer-lhe “preto, vai para Angola”. “A meio da segunda parte, defendi um livre. Defendi o remate de recarga e chutei para a frente. Foi quando ouvi da bancada, ‘preto vai para Angola’. Os meus colegas e os diretores também ouviram, e decidimos acabar o jogo”, explica Emanuel Dabo, residente em Santa Marinha. Vítor Dias, vice-presidente para a formação do Miramar, era o delegado ao jogo. “Eu e outro colega de direção já nos tínhamos apercebido de outra frase insultuosa, racista. Ficámos atentos para ver de onde vinha, até que aconteceu. Invadi a quadra, gritando para o árbitro. O árbitro de bancada também ouviu, juntámo-nos e concluímos que não havia condições para continuar a partida”, esclarece o dirigente. Vítor Dias deixa ainda algumas acusações à postura do Arcozelo. “Fomos insultados, dizendo que queríamos ganhar na secretaria, como se isso fosse o mais importante. Elementos da direção do Arcozelo estavam na bancada e nada fizeram, apenas nos insultaram porque estávamos a sair da quadra”, acrescenta.

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