"PODIA TER SIDO UMA BATALHA CAMPAL"

O jogo entre o SC Espinho e o Valadares, para a fase final do Campeonato de Portugal, foi suspenso ao fim dos primeiros 45 minutos no último domingo. Em causa estão os variados incidentes que ocorreram no final da primeira parte onde vários objetos, entre copos de cerveja e isqueiros, foram arremessados para dentro do relvado. Um dos isqueiros chegou mesmo a ser certeiro no fiscal de linha, enquanto que alguns adeptos espinhenses se debruçaram sobre uma plataforma em acrílico que acabou por tombar sobre o árbitro Bruno Costa.

José Manuel Soares, presidente do Valadares, afirmou a O Gaiense que durante a primeira parte do jogo tanto os dirigentes, como a massa associativa tiveram uma "atitude intimidatória" sobre os jogadores da sua formação e a equipa de arbitragem. Acrescenta ainda que estranhou o facto de terem sido recebidos em Ovar, uma vez que o jogo decorreu no estádio da Ovarense, por uma equipa de quatro seguranças da empresa SPDA e não por parte de agentes da força policial. "Logo aí, eu vi que as coisas não iam ser fáceis", afirmou.

O mesmo dirigente ainda referiu que os seus jogadores que se encontravam no banco de suplentes foram, várias vezes, alvos de tentativas de agressão por parte da massa associativa adversária.

Em comunicado, o Espinho reclama a anulação de dois golos e a não marcação de um penálti a favor dos espinhenses. Afirma ainda não entender o porquê da suspensão do jogo, uma vez que não viu motivos para tal acontecer. Já José Manuel Soares tem uma visão diferente e afirma que se tal não acontecesse era "certo que ia acontecer uma batalha campal. Aliás, quando foi do conhecimento geral que o jogo estava suspenso, houve a invasão de sete ou oito elementos da claque no campo, sendo convencidos a abandonar o local pelo presidente do Espinho", refere.

Por lei, o jogo teria que ser repetido hoje às 17h. No entanto, e num  acordo entre  os dois clubes, a partida poderá ser realizada a 16 de abril.

Embora ainda não seja conhecido o conteúdo do relatório da equipa de arbitragem, O Gaiense sabe que o árbitro Bruno Costa referiu que a partida foi dada como terminada devido à falta de condições de segurança. Aliás, o mesmo, após estes incidentes, foi conduzido ao hospital.

Nesta partida, a contar para a fase final do Campeonato de Portugal, o Valadares encontrava-se em vantagem com um golo de Diogo Cunha.