
"POR TRÁS DOS ESTORES - A PRECE DA TOCHA DA CORAGEM" NA COLUNA DOS CRAVOS DA LIBERDADE
A historiadora Isalita Pereira tem o objetivo de juntar 50 Cravos Jornalísticos para formar o 'Ramo da Liberdade', tendo para isso desafiado vários jornais regionais a publicarem um dos seus poemas para criar um ramo de cravos espalhado pelo país, em que cada publicação de um poético texto / poema corresponde a um Cravo.
O projeto culminará no Poético Ramo de Palavras e Monogramas dos Jornais, que será oferecido à "Casa da Cidadania Salgueiro Maia" em Castelo de Vide.
O Gaiense publica agora na "Coluna dos Cravos da Liberdade" um dos poemas de Isalita Pereira, inspirado num texto de Natércia Maia:
“Por trás dos Estores”
Por vezes – pequenas autobiográficas Cenas contam as mais belas Histórias da Humanidade, que nem a Fantasia consegue imaginar, porque oferecem uma exclusiva Beleza que inspira a Poesia na História do Mundo. Beleza que constrói Caminhos da Vida, onde modestas Decisões, porque a Consciência as define, se transformam em Heróicas Convicções, a fim de alterarem o Porvir.
Existem Frases que com poucas Palavras contam o Ser de uma Era ou da Filosofia de Históricas Palavras. Não somente as / os Ilustres Heroínas e Heróis escrevem a História do Mundo. Também as / os Silenciosas/os Personalidades, que nem sempre entram nos Livros Académicos influenciam a Vida da Humanidade. No Presente caso a Homenagem é dirigida a uma Heroína, que dedicou Sua Vida contra o Esquecimento de quem lutou contra a Ditadura e na Noite de 24/25 de Abril decidiu desafiar não somente a Ditadura, mas sim o Destino da Nação:
“Lá no prédio vivia mais um capitão que também saiu, que ocupou o Banco de Portugal, e havia outro, mas que por acaso nessa altura estava em Angola. E então, havia sempre um PIDE lá na rua e, portanto eu não subi o estore, espreitei pelos buraquinhos para ver a avenida”.
(Natércia Maia)
Foi o pequeno citado parágrafo que inspirou a escrever o Poema
Por trás dos Estores –
A Prece da Tocha da Coragem
Olhei para a Janela.
A Ditadura de Sentinela.
Oprimido o Pensar.
Sem Asas para voar.
Acordei de Madrugada.
Hesitei – Trovoada?
Por trás dos Estores contemplei.
Em Silêncio guardei.
Beja e Caldas da Rainha:
“A Tocha da Coragem caminha?”
A Esperança como Fénix renasceu.
Lentamente a Noite amanheceu.
Os Estores levantei.
A Ditadura não encontrei.
Ao longo do Dia a Mensagem.
Gloriosa a Coragem.
Capitães de Abril –
À Nação consagraram Vitória.
Para Portugal e o Mundo – escreveram História!
“Cavaleiros, Heróis e Guardiães –
Espingarda com Cravo,
para sempre Nossos Capitães.”
25 de Abril de 1974,
Revolução dos Cravos”
FIM - "Secreta Poeta", Isalita Pereira.

para a Coluna dos Cravos da Liberdade