PCP APONTA "FALTA DE PLANEAMENTO, SUBSERVIÊNCIA E PROPAGANDA" COM ANÚNCIO DE NOVA PONTE SOBRE O DOURO PARA O TGV

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03-10-2022 | 14:47 | | |

PCP APONTA "FALTA DE PLANEAMENTO, SUBSERVIÊNCIA E PROPAGANDA" COM ANÚNCIO DE NOVA PONTE SOBRE O DOURO PARA O TGV

Escrito por Diogo Ferreira

As concelhias do PCP de Gaia e do Porto emitiram hoje um comunicado para marcar posição acerca da construção da nova ponte sobre o Rio Douro entre Porto e Gaia para permitir a ligação ferroviária entre Lisboa e Porto, por TGV, anunciada a 28 de setembro, onde lembram que "esta é a quarta vez, desde 1999, que a obra é anunciada, sendo que até agora se ficou sempre pela intenção".

O partido apela aos presidentes das autarquias do Porto e Gaia que "defendam os interesses da região e intervenham no processo garantindo a efetiva concretização da linha de TGV".

O PCP defende "a necessidade de estratégias conjuntas entre os municípios de Gaia e do Porto, integradas num plano estratégico de desenvolvimento para a região, com o envolvimento de todos os atores regionais e locais na definição das prioridades, sem soluções avulso e aventureiristas", e que a ligação de alta velocidade entre Lisboa e Porto "é urgente e não é incompatível com as respostas aos problemas de mobilidade e às dinâmicas regionais que é necessário desenvolver".

Os comunistas criticam "a falta de de capacidade de intervenção e planeamento, bem como o desprezo pelos órgãos autárquicos, do governo PS, das maiorias que governam as Câmaras do Porto e de Gaia e da AMP" e o "evidente o total desnorte dos responsáveis políticos autárquicos e da AMP, bem como a gritante desarticulação com o governo". 

Em causa, "a intenção [do Governo] de construir uma nova ponte entre Porto e Gaia com dois tabuleiros para dar resposta à ligação ferroviária e rodoviária. Uma solução sem qualquer discussão, pré-anunciada pela comunicação social nos dias que antecederam a apresentação do governo e que os respectivos Presidentes da Câmara do Porto e de Gaia referem apenas ter sido informados, mas que o Governo e a Infraestruturas de Portugal (IP) apresentam como tendo sido articulada a nível local", argumenta o PCP, que considera tratar-se de "uma nova solução que terá implicações nos compromissos assumidos pelos municípios de Porto e Gaia".

Para os comunistas, a falta de diálogo entre as entidades envolvidas "fica ainda clara a falta de capacidade de intervenção e poder reivindicativo da CCDR-N que, num processo com esta importância para o desenvolvimento regional, nada diz, a par da postura de subserviência dos Presidentes das Câmaras do Porto e de Gaia face a uma solução imposta pelo Governo e IP", lê-se em comunicado enviado às redações. 

 Recorde-se que, recentemente, Rui Moreira, colocou dúvidas sobre a localização de outra nova ponte, a travessia para a passagem do Metro entre o Candal, em Gaia, e o Passeio Alegre, no Porto.

Em resposta, Firmino Pereira, deputado social-democrata na Assembleia da República que "não se pode pode brincar com o futuro das pessoas, no caso de Vila de Nova de Gaia", como pode ler em detalhe na edição impressa nº1067, nas bancas a 1 de outubro.
 

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