HOMEM INDICIADO POR NOVO HOMICÍDIO COMEÇOU HOJE A SER JULGADO

Ilídio Gomes, já condenado a 24 anos de prisão por ter degolado e queimado um homem em Serzedo em Agosto de 2019, começou hoje a ser julgado, no Tribunal de Gaia, por suspeitas de ter cometido um crime semelhante dois meses antes, mas em Arcozelo. 
De acordo com a acusação, o arguido terá agredido a vítima no interior da sua residência, em Arcozelo, ateando, depois, fogo à casa.
Neste início de julgamento, Ilídio Gomes remeteu-se ao silêncio, perante o coletivo de juízes, mas na fase de instrução declarara-se inocente.
A perita do Instituto de Medicina Legal, que supervisionou a autópsia, declarou que o homem já estava morto antes da ocorrência do incêndio. Segundo a perita, apesar das "dificuldades" em analisar um corpo queimado, foi possível detetar uma infiltração sanguínea na cervical, na zona do pescoço e cabeça, “que indicia um traumatismo" feito com "um instrumento", cuja natureza não foi possível identificar.
No início do julgamento, o advogado de defesa de Ilídio Gomes considerou que, à luz do relatório da autópsia, dificilmente o Ministério Público poderá provar a causa da morte. Por isso questionou a especialista do IML se era possível que Augusto tivesse morrido vítima do cancro no fígado de que padecia. "É uma hipótese”, considerou a perita.
Recorde-se que, a 17 de agosto de 2019, Ilídio Gomes agrediu violentamente Pedro da Silva Monteiro, cujo corpo foi encontrado, degolado e semi-queimado, numa estrada de terra junto à Estrada da Rainha, em Serzedo. Os factos foram dados como provados pelo Tribunal.
A Polícia Judiciária considerou que os crimes estão ligados e que o motivo é a suposta paixão do agressor por uma mulher de 34 anos.