ELIANCE: UMA VIDA DE DOR

Eliane e o Miguelito tornaram-se companheiros inseparáveis
12-10-2024 | 14:01 | | |

ELIANCE: UMA VIDA DE DOR

Escrito por Carla Marques

 A  Eliane é uma menina de sete anos que vive em Sandim. De repente, sem qualquer pré-aviso o seu mundo ruiu. As brincadeiras acabaram, a escola passou a ser em casa (pouco mais de três horas por semana) e hoje vive com saudades dessa mesma escola, dos amigos e do seu cabelo que a quimioterapia (85 sessões) fez cair. Tudo começou com fortes dores de cabeça e com enjoos que a mãe não levou muito a sério, porque "pensei que era uma artimanha para não ir à escola". Mas não era! Em 2022 foi-lhe diagnosticado um tumor Névoa Spitz, de alto risco no antebraço direito que foi retirado no serviço de Dermatologia do Hospital de Gaia. A análise ao tumor retirado levou a uma segunda intervenção, desta vez em Dermatologia Pediátrica, no mesmo hospital.

Os problemas sucedem-se

Parecia ter sido encontrada a solução, mas a realidade encarregou-se de negar essa satisfação aos pais e à jovem Eliane com a descoberta, a 29 de abril deste ano, de um novo tumor raro e atípico no sistema nervoso central que lhe está a afetar a parte ocular, respiratória e os movimentos. "Estou revoltada porque tudo aponta para que o tumor cerebral da minha filha já existia desde 2021 e nunca ninguém fez análises e exames para descartar essa possibilidade", lamentou Patrícia Sousa descrevendo como foi o processo de descoberta desse tumor: "No dia 29 de abril a Eliane levantou-se muito doente. Liguei para a escola e a professora disse que havia uma virose, por isso ficou em casa. À tarde começou a queixar-se de fortes dores de cabeça. Liguei para a Saúde 24. Foi-lhe atribuída uma pulseira laranja e encaminharam-na para o Hospital de Gaia, onde na triagem (que estava caótica) lhe colocaram uma pulseira verde. Fiquei revoltada, mas só quando pedi o Livro de Reclamações é que surgiu uma médica que afirmou que provavelmente era uma virose. 
 

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