
CAVALOS CONTINUAM MAGROS E DOENTES
Os sete cavalos apreendidos na terça-feira pela Intervenção e Resgate Animal (IRA) da exploração pecuária em Valongo apresentavam-se tão doentes e malnutridos como quando foram encontrados há um mês, revelou hoje à Lusa o presidente daquela associação, Tomás Pires.
No início de fevereiro, uma denúncia de alegados maus-tratos na exploração de cavalos em Sampaio, na freguesia de Ermesinde, ditou uma investigação da Câmara de Valongo, Brigada de Proteção Ambiental da PSP e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
A IRA avançou, dias depois, com uma dupla proposta, uma abrangendo até 10 dos cavalos em pior estado e outra para a totalidade, sendo que nas duas situações seriam transportados para o sul do Alentejo.
“Fomos contactados há cerca de duas semanas pela DGAV para garantirmos o alojamento de sete cavalos”, revelou Tomás Pires, precisando que “ficou acordado o transporte, alojamento, alimentação e cuidados médico-veterinários por tempo indefinido” e que os animais foram transportados em camião.
Segundo o dirigente, ao chegar na terça-feira à exploração percebeu que os animais "continuam magros, feridos e doentes” e que “é possível que tenha sido por causa disso que a DGAV alterou as condições e ordenou o seu transporte”.
“Temos cavalos novos e mais velhos, todos eles maltratados, com má nutrição. Estavam tão malnutridos quanto estavam quando foram encontrados em fevereiro”, acrescentou.
Citando o auto de apreensão, Tomás Pires referiu que na exploração “verifica-se a falta de medidas necessárias por parte do detentor ou proprietário para assegurar o bem-estar animal, deficiência na limpeza e remoção do estrume, falta de alimentação e água a intervalos apropriados e em quantidade suficiente para manter o bom estado de saúde dos animais e satisfazer as suas necessidades nutricionais e falta de cuidados veterinários”.
“O proprietário não cumpre com as suas obrigações legais”, acusou.
IMAGEM DE CAPA ILUSTRATIVA