ANDA COMIGO VER OS AVIÕES... AH, E A CARGA TAMBÉM
Eles partiram. Supostamente para ajudar um país em guerra. Na despedida, muitos choram. Sobretudo os familiares que sabem que, em qualquer missão, há sempre o perigo de um deles não regressar. Vão ao serviço do país. A sua missão é tentar tudo por tudo para que a guerra acabe mas, também, porventura, fundamentalmente, ajudar a que o país e as populações consigam a paz necessária para levarem uma vida estável, com direito a não morrer à fome. A maioria esmagadora leva esse propósito bem assente e honra a farda que usa, contribuindo, desse modo, para honrar, também, o país. Volta e meia, vemos elogios à sua ação, nos diversos cenários para onde Portugal envia as suas tropas. Merecidamente. Mas o país atravessa uma fase negra no que à corrupção diz respeito. É nos bancos, na política, no futebol, na justiça, etc, etc. Ou seja, em quase tudo que mexe. Ora, as forças armadas não quiseram ser exceção. Foi o caso de Tancos, com o roubo das armas, é, agora, uns poucos elementos da força de elite, os comandos, que ‘borram a pintura toda’ com o tráfico de ouro, diamantes e estupefacientes. Ou seja, alguns operacionais, em vez de cumprirem a sua missão ao serviço da ONU, escolheram o mundo do crime manchando a reputação - ao contrário do que dizem os responsáveis - das forças armadas no seu todo e os comandos em particular. Claro que uma andorinha não faz a primavera. Mas esta andorinha, mais a que foi de noite ao paiol de Tancos, começam a parecer um bando de andorinhas à solta que urge colocar na ‘gaiola’ para que as outras possam voar livremente e não se ‘tomar a nuvem por Juno’. Os Azeitonas eternizaram uma música linda que diz: ‘Anda comigo ver os aviões’. Sim, é interessante ver os aviões. Mas, já agora, convém que vejam também a carga. Para separar o ‘trigo do joio’.