
ALUNAS DA SECUNDÁRIA DE VALADARES FORAM VER COMO FUNCIONA REFOOD GAIA CENTRO
Considerando premente o combate ao desperdício alimentar, um grupo de alunos da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, tomou conhecimento da existência do movimento Refood e decidiu inscrever-se no voluntariado nesta organização, cuja missão é a de reaproveitar alimentos, levando-os a pessoas em situação de necessidade e incluir toda a comunidade local, visando contribuir para uma sociedade mais sustentável, justa e solidária. Trata-se, portanto, de reduzir o desperdício alimentar, a partir das doações recebidas. Estes alimentos são organizados e distribuídos pelos voluntários, terminando o processo na entrega aos beneficiários. Na Refood, trabalham apenas voluntários, impulsionados pela boa vontade, que, por um lado, transformam aquilo que seria desperdício em nutrição, numa verdadeira economia circular e solidária.
A semente do núcleo Refood Gaia Centro foi lançada no auditório de Vila Nova de Gaia a 16 de outubro de 2014, quando duas centenas e meia de pessoas se juntaram a Hunter Halder, fundador da Refood, e aos doze pioneiros deste movimento. A 19 de junho de 2017, e já com um espaço dedicado à sua missão – o do antigo infantário da fábrica Coats & Clark –, deu-se o arranque efetivo do centro de operações Refood Gaia Centro com a entrega de refeições; nesse mesmo ano, realizou-se a inauguração oficial, com a presença de Hunter Halder. A família do núcleo Refood Gaia Centro tem vindo a ser construída ao longo dos tempos e é com união, alegria e empenho que se tem dedicado a esta causa e auxiliado dezenas de cidadãos gaienses. Combater o desperdício alimentar e diminuir a insegurança alimentar das nossas famílias são objetivos que estão patentes em cada ação que realiza.

O turno começa às 18h – para umas, à terça-feira e para outras, à quarta-feira – e esse é o momento para que cada voluntária se equipe (avental, touca e luvas) para garantir a máxima segurança alimentar aos beneficiários. De seguida, dedicam-se à divisão de todas as refeições doadas por superfícies comerciais ou por privados. Todos os alimentos são colocados em tupperwares e distribuídos de acordo com o agregado familiar de cada beneficiário, pois há registos que permitem avaliar as necessidades de cada uma das famílias. Seguidamente, algumas famílias contempladas começam a chegar à associação para receberem os respetivos cabazes (outras recebem-nos nas suas residências). Devido ao elevado número de recipientes envolvidos no embalamento das refeições, outro voluntário procede ao controlo das embalagens entregues e devolvidas. Este procedimento é importante, pois pretende garantir que a associação não fique sem embalagens, algo essencial para o bom funcionamento dos diferentes turnos. Com o aproximar das 20h, os voluntários do turno seguinte começam a chegar e repete-se este ciclo. O último turno é das 22h às 24h e procede à limpeza e reorganização do espaço.
REPORTAGEM de Bárbara Antunes