PRÉMIO NOBEL DA PAZ PARA O JORNALISMO

30-12-2021 | 12:46 | | |

PRÉMIO NOBEL DA PAZ PARA O JORNALISMO

Escrito por Filipe Bastos

Prémio Nobel da Paz foi ontem atribuído aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pela defesa da liberdade de imprensa e de expressão, anunciou o Comité Nobel Norueguês. Os dois jornalistas foram distinguidos "pela sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia. Ao mesmo tempo, são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal num mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas", justificou a presidente Comité Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen. Maria Ressa, 58 anos, "usa a liberdade de expressão para expor o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo" nas Filipinas, onde dirige o Rappler, um órgão de comunicação social digital que se dedica ao jornalismo de investigação e que cofundou em 2012. Já Dmitry Muratov, 59 anos, é um dos fundadores do jornal independente Novaja Gazeta, criado em 1993, e de que é chefe de redação há 24 anos. Para o Comité Nobel, trata-se do "jornal mais independente da Rússia, com uma atitude fundamentalmente crítica em relação ao poder". "Sem liberdade de expressão e liberdade de imprensa, será difícil promover com sucesso a fraternidade entre nações, o desarmamento e uma ordem mundial melhor para ter sucesso no nosso tempo. A atribuição deste ano do Prémio Nobel da Paz está, por isso, firmemente ancorada nas disposições da vontade de Alfred Nobel", acrescentou. Digo eu: é uma vitória da liberdade contra o abuso persecutório sobre mulheres e homens livres que procuram denunciar todos os podres que envolvem  a sociedade. Uma luta que tem levado, inclusive, à morte, vários jornalistas em diversos países no mundo, onde a democracia é apenas e só uma mera figura de retórica. Mas é também, uma vitória contra as redes sociais e as mentiras que lá são usadas e igualmente uma vitória sobre a cópia abusiva de conteúdos jornalísticos  executados por quem é pago para exercer uma função que é das mais nobres que a sociedade contém, e verem os seus direitos de autor serem roubados, até pelos grandes gigantes da internet.